A importância do não para a criança


Desde o nascimento, tudo que ocorre à volta do bebê é registrado como aprendizado. Mas regras e disciplina só começam a ser entendidas e interpretadas depois dos 2 anos de idade, até lá é preciso paciência e muita repetição para que a criança consiga compreender o que é dito.

É preciso também que você os defina desde cedo, para que a criança entenda até onde pode ir.

O “não pode” deve existir desde a primeira infância, quando o bebê toca um objeto que outra pessoa segura, por exemplo, fala-se o “não” de maneira firme nunca agressiva. Aos poucos, ele associará atitudes erradas a mudanças no seu tom de voz e, naturalmente, passará a evitar comportamentos que provoquem essa alteração.

Após os 2 anos de idade a criança já consegue compreender, mas sua memória ainda é limitada. Por isso, ainda é preciso à repetição. É preciso estabelecer limites com um tom baixo na voz e sem nervosismo. Toda criança passa pela fase de morder, empurrar e provocar os animais e amigos. É necessário orientá-la: abaixar-se, olhar no olho e explicar que não pode, pois assim machucará o amigo ou o animal.

Com três anos a criança já começou a mexer nas coisas, e esta descobrindo o mundo, querendo mexer em tudo. “Nesta fase é importante que você não mude suas regras e que a correção seja feita no “momento ocorrido”, pois se você deixar passar, ele não associará a atitude errada, ou seja, mordeu” não pode morder”, no momento que ocorreu a mordida, deve falar e reforçar o positivo, não podendo deixar passar, porque a criança acaba se esquecendo.

Entre 4 e 5 anos será preciso muito jogo de cintura porque a criança, já grandinha, passa a compreender perfeitamente as ordens dos pais e tende a testar seus limites, desobedecendo mesmo. E na maioria das vezes, eles só querem chamar a sua atenção.

Regras de disciplina

Condicione-se a empregar, sempre, um tom de voz de autoridade e outro de aprovação. Se essa estratégia falhar, o jeito é apelar, definindo um cantinho para o castigo, onde o pequeno deverá refletir sobre o mau comportamento.

Voz da autoridade

Recorra a ela sempre que a criança fizer algo errado:

1. Aproxime-se e não grite do outro lado da sala. Seu tom de voz deve ser baixo e firme.

2. Abaixe-se à altura dela, para não intimidá-la.

3. Olhe nos olhos. Dessa maneira, ela não conseguirá lhe ignorar.

4. Não ranja os dentes nem faça ameaças.

5. Caso ela tente desviar o olhar, diga “olhe para mim”. Segure-a - sem machucar, obviamente – pelos braços para que ela não saia.

6. Deixe claro que você não está brincando.

7. Peça sempre, ”por favor,” e explique da maneira mais clara possível que ela não pode repetir o erro. Por exemplo: “Bater nos outros é inaceitável. Não quero mais que você faça isso, por favor”.

Dicas:

- Não negocie. Fale e peça, sem gritar.

- Não faça promessas nem ofereça opções a uma criança pequena: “Você poderá comer o biscoito se comer o arroz com feijão”. Frases como essas só farão com que o pequeno tente negociar, provocando desgaste.

- Se a criança gritar com você, não responda com outro berro.

Voz da aprovação

Diante de um comportamento exemplar, o reconhecimento é igualmente importante:

1. Para elogiar, a voz deve ser alta, aguda e animada.

2. Vale bater palmas e até soltar gritinhos.

Jo Frost, a Supernanny americana e autora do livro Superbabá, da Editora Seoman.